As horas mentem-nos
e os dias enganam-nos. Correm
lentamente apressados sem surpresas.
Passam, qual nuvem a pairar no céu:
branca, leve, despreocupada;
cinza, pesada, atormentada.
Pesa o acordar,
sabendo, de antemão,
o que o segue:
os mesmos poucos rostos
os mesmos muitos problemas
o mesmo tudo.
Há também os raios de sol
que espreitam por entre o céu carregado
e nos atingem, iluminam, aquecem.
Benvindos esses que são raros
que fazem esquecer os rostos, os problemas, o tudo.
Fazem-nos acreditar que virão mais vezes
e é nessa esperança que se baseia cada adormecer.
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